O MOB (Movimento de Organização de Base) vem por meio desta manifestar publicamente seu pesar em relação a morte do cinegrafista da Band Santiago Andrade.

Manifesta-se, fundamentalmente, para registrar seu apoio a categoria dos trabalhadores da Imprensa. Principalmente, aqueles que ganham seu pão fazendo um trabalho digno, normalmente sem nenhuma condição de segurança e buscando levar informação de qualidade à casa de milhões de brasileiros. Santiago, infelizmente, foi mais uma vítima da opressão e da violência gerada por um Estado que apenas implementa políticas públicas favoráveis aos grande empresários. Um Estado que negocia nossos direitos e leiloa nosso patrimônio como se o povo nada fosse. Foi por essa atitude, que a manifestação na qual o repórter foi atingido aconteceu. Ao contrário do que dizem os cartéis da comunicação, os manifestantes estavam ali para reivindicar o justo direito de diminuir o valor abusivo da passagem e não para promover “baderna” nem “confusão”.

Justamente porque somos a favor dos profissionais de Imprensa que se mobilizam para  levar informação de maneira idônea e com responsabilidade social é que repudiamos com veemência toda e qualquer tentativa de criminalizar tanto os manifestantes que integram o ato no qual o cinegrafista foi morto, quanto toda e qualquer organização de esquerda ou que esteja comprometida com a transformação social. Lamentamos também que a mídia não tenha dado nenhum destaque ao atropelamento de um ambulante
por um ônibus na Central do Brasil. Esse trabalhador foi morto pois fugia das bombas de gás lacrimogêneo e efeito moral da Polícia Militar, que brutalmente reprimiu os manifestantes naquele dia e em muitos outros atos feriu também, jornalistas.

A organização e a manifestação política são um direito que conquistamos através de uma trajetória longa de lutas e não aceitaremos mesmo que insinuem nos retirar esse direito. A rua é nosso espaço, ela tem memória e é também nela o nosso espaço para dizer o que pensamos e lutar pela sociedade que desejamos. Isto não é terrorismo. Isto não é crime.

Lembremos da memória combativa que tantos companheiros e companheiras se empenharam e até perderam suas vidas para preservar!

Transformemos também em memória de luta e não de vingança contra os trabalhadores e suas organizações a morte de Santiago. Que tanto ele quanto tanto outros inocentes que tiveram suas vidas ceifadas encontrem voz novamente em nosso grito de liberdade!

Sigamos na luta.