De forma cínica e criminosa, Bolsonaro atrasa e tenta barrar auxílios de renda para a população

Texto do Movimento de Organização de Base (MOB)

Publicado originalmente em 03/04/2020 no site http://reporterpopular.com.br/de-forma-cinica-e-criminosa-bolsonaro-atrasa-e-tenta-barrar-auxilios-de-renda-para-a-populacao/

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Depois de 48 horas de aprovação pelo Congresso e já encaminhado para a avaliação do Presidente da República, Bolsonaro enfim sancionou o PL 1.066/2020, que define o direito a um auxílio emergencial de entre R$600,00 e R$1.200,00 a trabalhadores informais e desempregados de baixa renda. O texto, contudo, foi aprovado com o veto à proposta de ampliação do Benefício de Prestação Continuada (BPC), esta que já vem sendo objeto de disputas entre o Congresso e a presidência.

Não obstante o valor ínfimo aprovado para o auxílio emergencial (isto porque a proposta inicial do governo eram de míseros R$200,00), com o qual muito dificilmente será o bastante para que as famílias dos trabalhadores precarizados conseguiram viver sem passar dificuldades, o presidente Bolsonaro segue atrasando a concretização do auxílio. Fruto das exigências populares desde o começo da pandemia e já aprovado pelo Legislativo, o Projeto de Lei terá agora de retornar ao Congresso, o que pode vir a atrasar ainda mais a liberação do auxílio. Segundo o próprio Presidente, o início dos pagamentos está previsto para apenas dia 16 de abril, daqui a 2 semanas, e apenas a alguns beneficiários.

O veto à lei, por parte de Paulo Guedes e sua gangue, não é menos irresponsável. O BPC é um benefício concedido a idosos e pessoas com deficiência de famílias consideradas em extrema pobreza, cuja renda per capita não passa de R$261,21. A proposta de expansão do benefício é que a renda per capita máxima passe a ser de R$522,50 e já havia sido aprovada pelo Legislativo, vetada pelo Presidente, cujo veto fora derrubado de novo pelo Congresso no início de Março, mas o projeto foi logo em seguida suspenso pelo Tribunal de Contas da União (TCU) sob o argumento de “carência de recursos”. Dias depois, já no cenário agravado da pandemia, o TCU voltou atrás e decidiu em prol da expansão do Benefício, sob o argumento de que o cenário do Coronavírus exigia uma flexibilização fiscal e que seria cabível a inclusão de novos beneficiários ao BPC. A proposta então foi incluída junto com o projeto de auxílio para desempregados, mas a sanha austericida de Paulo Guedes, representada pelo veto presidencial, não permitiu que o benefício avançasse, deixando milhões de famílias passarem pela pandemia com menos de R$500,00 por pessoa, incluindo nisso idosos e deficientes.

O argumento orçamentário é absolutamente inválido tendo em vista que o Congresso já aprovou a declaração de Estado de Calamidade Pública, em que ficam flexibilizadas as responsabilidades orçamentárias do Executivo tendo em mente o cenário de pandemia. Além disso, recentemente o Supremo Tribunal Federal também decidiu pela suspensão de dispositivos da Lei de Responsabilidade Fiscal e da Lei de Diretrizes Orçamentárias, justamente também no sentido da flexibilização fiscal frente à atuação do Presidente.

Mostra-se cada vez mais claro que a intenção de Bolsonaro é sufocar ao máximo a população mais vulnerável com o cenário da pandemia, no intuito de avançar o seu delírio genocida de que o Coronavírus não pode impedir a economia de funcionar normalmente, mesmo que o custo seja de milhares — ou talvez mesmo milhões — de mortos. Isso fica mais do que claro em seu último discurso, em que é feito um apelo aos trabalhadores informais e precarizados que podem estar passando necessidades frente a este cenário, recheado de hipocrisia tendo em vista que suas últimas ações têm se dado completamente à contramão dos interesses de tais pessoas, que urgentemente necessitam de auxílios como o auxílio emergencial e o BPC.

Faz-se mais do que necessário lutar não só para que não avance o genocídio iminente em um suposto isolamento “vertical” frente à pandemia, defendido por Bolsonaro e seus braços mais fiéis dentro da escória das Forças Armadas; mas também que as pessoas mais vulnerabilizadas social e economicamente com a crise possuam condições de sobrevivência, tanto frente à doença, por falta de condições básicas de saneamento; quanto frente ao desemprego e à miséria. O povo deve ao máximo promover a solidariedade entre si, por meio de fundos de arrecadação, propagação de informação e outras iniciativas; assim como pressionar o poder público pela assistência que nos é de direito!

Apoio mútuo e auto-organização do povo!

Assistência aos trabalhadores informais e desempregados!

Contra os ataques aos direitos dos trabalhadores!

Contra o coronavírus e os ataques ao povo: Solidariedade e luta!

Texto do Movimento de Organização de Base (MOB)

Publicado originalmente em 24/03/2020 no site http://reporterpopular.com.br/contra-o-coronavirus-e-os-ataques-ao-povo-solidariedade-e-luta/

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O sentimento de incerteza perante o futuro nos acompanha e não é de hoje. Há anos vimos nossos direitos sendo colocados em cheque, um por um. Vimos o direito à educação e saúde pública ficar prejudicado com a PEC do teto de gastos, que congela os gastos públicos nessas áreas; vimos a reforma da previdência, que dificulta nossa possibilidade de uma aposentadoria justa e digna; vimos o corte dos direitos trabalhistas, o aumento do desemprego e o aumento do trabalho informal, sem carteira assinada, as contas e gastos ficando cada vez maiores, o salário menor e mais incerto, o aumento da truculência policial, enfim, a nossa vida ficando pior. Esse cenário de precarização que temos vivido nos amedronta frente ao amanhã.

Os chamados trabalhadores informais são hoje grande parte da nossa população, em 2018 já ultrapassaram 40%, são camelos, motoristas de aplicativo, entregadores de comida, formam um grupo de trabalhadores que não possuem salários fixo, não tem direito a final de semana e nem horário de almoço remunerado e, infelizmente, é uma tendência que só cresce. Poucos de nós hoje em dia possuímos uma relação de trabalho com carteira assinada, CLT, férias remuneradas, FGTS, direito a afastamento remunerado em caso de problema de saúde, ou seja, poucos de nós hoje em dia conseguimos usufruir desses direitos que são frutos da história de luta da classe trabalhadora.

Vale ressaltar que mesmo para aqueles que trabalham de carteira assinada a conjuntura não vem sendo muito favorável. Perdemos muitos direitos que havíamos conquistado, a aposentadoria está cada vez mais longe, o salário não tem acompanhado o aumento dos custos de vida, a competitividade no mercado de trabalho nos pressiona a trabalhar mais por menos dinheiro, é sufoco atrás de sufoco, uma verdadeira tragédia que estamos vivendo nos últimos anos e já não é novidade para ninguém.

Se um trabalhador que é informal, sem contrato, microempreendedor, autônomo, ou seja lá como prefiram chamar, não trabalhar um dia por questões de saúde, é um dinheiro que vai faltar para fechar as contas no final do mês, certo? E se isso acometer a todos que exercem esse tipo de trabalho ao mesmo tempo? Serão famílias e famílias que não terão como garantir uma renda para passar o mês, se alimentar, pagar as contas que não deixarão de vir. É exatamente esse o cenário que estamos vendo emergir no Brasil agora.

A pandemia do corona vírus chegou ao Brasil e escancara as mazelas de uma sociedade que vem seguindo o caminho neoliberal, que sucateia os serviços públicos e corta direitos. Um governo que optou pela incerteza do amanhã como maneira de lucrar mais hoje – é todo lucro para já. Assim, quando se torna necessário adotar um estado de quarentena generalizada, vemos às claras o que esses tipos de políticas causam a nós, trabalhadores. O que os governantes incentivaram como “flexibilização” dos direitos trabalhistas é basicamente a isenção da responsabilidade do empregador para com o empregado, é a retirada daquilo que nos confere garantia de que se algo extraordinário acontecer, teremos como nos manter. Na lógica neoliberal, os lucros exorbitantes dos capitalistas valem mais do que as necessidades mais básicas dos trabalhadores. Algo extraordinário aconteceu e não temos garantia nenhuma de como será. As autoridades de saúde nos recomenda ficar em casa, mas isso é realmente uma possibilidade?

Sem trabalhar não teremos como pagar as contas que vierem, não teremos como nos alimentar e os alimentos, já caros, tendem a ficar mais caros nessas circunstâncias. Em contrapartida, se nos arriscarmos nas ruas, espalharemos ainda mais o vírus que é letal para a população mais velha ou debilitada. As crianças não vão para escola devido à quarentena, desse modo, o Estado vai se ausentar da alimentação dessas crianças e serão as famílias que terão que arcar com mais esses gastos, mais esses, dentre tantos outros que só fazem aumentar.

Isso tudo por que? Como chegamos nesse estado de coisas?

Não se pode prever quando virá um novo vírus, mas os problemas e medos que estamos vivendo agora vem de anos de políticas que proporcionam aos empresários sempre o máximo, mesmo que um dia pudesse resultar, como agora pode estar resultando, no risco às nossas vidas. Esse momento de pandemia evidencia e explicita que as nossas vidas nunca foram prioridade em um sistema que só nos enxerga como mão de obra facilmente descartáveis. Toda e qualquer política adotada pelo Estado a partir de agora será para remediar um dano que ele próprio vem causando, ou nem isso, tendo em vista que aprovaram uma medida provisória (MP 905) no dia 18 de março, terceiro dia da quarentena, restringindo ainda mais nossos direitos trabalhistas. Estamos diante de uma crise que tende a se alongar e absolutamente nada está sendo feito pelos de cima, que teoricamente nos representam, para lidar com a tragédia – que vai muito além do vírus – que estamos passando. Será sempre nós por nós.

Por isso, propomos as seguintes medidas como programa para a crise em que vivemos, em defesa da saúde e dos direitos dos trabalhadores nesse momento tão emergencial:

1 – Apoio mútuo e autoorganização do povo. Criação de fundos de arrecadação financeira e doações de produtos de higiene e alimentação. Façamos campanhas para arrecadar esses recursos e pressionar o poder público a tomar as devidas providências. Juntos somos mais fortes!

2 – Contra os ataques aos direitos dos trabalhadores! Contra demissões, cortes de salários e outras formas de responsabilizar os trabalhadores pela crise. Licença remunerada com abono de faltas e garantia de estabilidade para todos os trabalhadores (exceto da saúde e de serviços essenciais). Liberação imediata de trabalhadores que fazem parte do grupo de risco. Defenderemos nossa saúde: onde o trabalho não parar, que façamos greve!

3 – Assistência aos trabalhadores informais e desempregados! Paulo Guedes anunciou a assistência financeira de 200 reais para trabalhadores informais. Não podemos viver com apenas isso! Exigimos pelo menos um salário mínimo para trabalhadores informais e desempregados poderem sobreviver durante a quarentena.

4 – Solidariedade à população em situação de rua e sem-teto! Suspensão imediata de todos os despejos. Abertura de imóveis abandonados para servir de abrigo provisório para moradores de rua. Dormindo na rua estamos vulneráveis!

5 – Chega de cortes, o governo precisa investir no povo! Anulação da EC 95, de teto dos gastos e suspensão do pagamento da dívida pública para garantir recursos para investimentos públicos emergenciais, sobretudo nas áreas de saúde e saneamento básico.

6 – Nós não vamos pagar a conta da quarentena! Suspensão do pagamento de contas dos serviços básicos em todo país, inclusive os aluguéis. Proibição do corte de água, luz e gás durante a pandemia.

7 – Mais do que nunca: defesa do SUS! Retomada dos investimentos na saúde pública. Compra de medicamentos, materiais e equipamentos médicos para atendimento de qualidade. Contratações emergenciais de médicos, enfermeiros e técnicos. Abertura de hospitais privados para atendimento gratuito, com anexação temporária ao SUS.

8 – Atendimento urgente à população carente! Distribuição de kits de higiene, principalmente nas favelas e periferias. Congelamento dos preços de álcool gel, máscaras, etc. Testes gratuitos para o COVID-19 em massa, com atenção especial aos grupos de risco.

9 – Proteção aos trabalhadores em seus locais de trabalho e transporte. Garantia de proteção e materiais de higiene adequados aos trabalhadores da saúde, transporte e limpeza. Higienização dos transportes públicos (ônibus, trens, metrôs, etc.).

10 – Não à quarentena militarizada! A última coisa que a classe trabalhadora precisa agora é de mais repressão! Queremos assistência e serviços públicos de qualidade!

[RJ] Lutadoras populares marcam presença em atos de 8 de março no RJ

Texto das Mulheres na Resistência – RJ, Resistência Popular Estudantil – RJ e Movimento de Organização de Base – RJ

Publicado originalmente em 11/03/2020 no site http://reporterpopular.com.br/lutadoras-populares-marcam-presenca-em-atos-de-8-de-marco-no-rj/

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Na segunda-feira (9), o coletivo Mulheres na Resistência, a Resistência Popular Estudantil e o Movimento de Organização de Base estiveram presentes no ato do Dia Internacional de Luta das Mulheres no Rio de Janeiro.

Carregando a frase “Mulheres na luta por vida digna”, o bloco expôs uma perspectiva de luta que deve combater as opressões de gênero, raça e classe naquilo que mais diretamente afeta e oprime as/os mais pobres. A mensagem foi de que a luta por uma vida digna, no momento em que o custo de vida fica mais caro e as condições de trabalho só pioram, é uma luta na qual as mulheres devem estar na linha de frente.

São as mulheres que, muitas vezes, que arcam com todos os custos do lar, trabalham dobrado (em casa e fora de casa) para receber menos e ter menos direitos. O desemprego e os baixos salários fazem com que o aumento no preço do gás, do transporte, da alimentação, da moradia, ou seja, o aumento do custo de vida, afetem direta e agressivamente a vida das mulheres em uma situação insustentável.

São as mulheres as que mais sofrem as consequências dos cortes de serviços sociais, as primeiras a serem demitidas, as que são alvo da violência patriarcal cotidiana mas também as que participam e dão vida à realidade comunitária dos bairros, favelas e ocupações. Oferecendo solidariedade a outras mulheres em situação de violência doméstica, aos vizinhos e vizinhas nas dificuldades do dia a dia, a construir redes de apoio mútuo e lidar com a violência de Estado e a falta de direitos. Neste sentido, lutar contra o aumento do custo de vida e por uma vida digna é também uma luta de gênero, raça e classe!

[RJ] Witzel coloca em risco a saúde do povo para vender seu direito à água limpa

Setor de comunicação do Movimento de Organização de Base do Rio de Janeiro (MOB-RJ)

Publicado originalmente em 19/02/2020 no site http://reporterpopular.com.br/witzel-coloca-em-risco-a-saude-do-povo-para-vender-seu-direito-a-agua-limpa/

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Desde o início do ano, a população fluminense se surpreendeu com a água saindo de sua torneira, com forte cheiro de amônia e gosto de barro e cor turva ou até marrom. Tal situação era ainda mais crítica na região da baixada fluminense e nas zonas oeste e norte da capital. Inúmeros casos de doenças estouraram em toda a região metropolitana, com sintomas de diarréia, vômito, febre, etc, lotando o já sucateado sistema público de saúde.

Novamente, a conta recai mais e mais sobre a saúde e o bolso das trabalhadoras e trabalhadores, que quando não estão gastando comprando água mineral, ou optando entre pagar as contas e beber água potável, tiveram que arcar com remédios ou perder seus dias de trabalho nas filas do SUS.

 

Mas o que está por trás da crise da água no Rio de Janeiro?

É inegável que existem décadas de descaso do poder público para com o sistema de abastecimento de água e de saneamento básico no Rio de Janeiro. Temos Belford Roxo (4,52%), Nova Iguaçu (0,15%) e São João de Meriti (0%), três cidades da Baixada Fluminense, no ranking dos 10 piores municípios por esgoto tratado no Brasil.

Mas se esse descaso não é novidade, nos últimos anos temos assistido uma política ainda mais grave: um verdadeiro desmonte desse serviço público. Na esteira das atuais – e cada vez mais profundas – políticas de venda dos patrimônios públicos, a CEDAE se tornou um dos maiores alvos dos olhares gananciosos dos empresários. Vale lembrar que a empresa, que recebeu prêmios de “maior empresa de infraestrutura” da revista Exame em 2019 e 2018, sempre apresentou uma receita lucrativa.

Em fevereiro de 2017, a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ) votou um projeto que autoriza a privatização da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (CEDAE).  A medida não passaria sem a resistência da população: milhares de pessoas foram às ruas defender seu direito à água e saneamento. Ignorando uma grande manifestação que se concentrava a sua porta, a assembleia aprovou o projeto por 41 votos a 28. A manifestação segue para a companhia, onde sofre uma repressão abrupta da tropa de choque, resultando em dezenas de detenções de manifestantes. Era dada a largada para a venda da CEDAE.

Ao assumir o governo do estado, Wilson Witzel recebe diversas indicações do presidente de seu partido (PSC), o pastor Everaldo. Assume então Hélio Cabral, um dos principais réus na tragédia anunciada em Mariana, com rompimento da barragem do Fundão causado pelo descaso da grande mineradora Vale S.A, que segue impune e distribuindo dividendos bilionários aos seus acionistas. O Ministério Público acusa Hélio Cabral de homicídio de 19 pessoas, uma vez que há provas de que ele, enquanto conselheiro da Samarco, mineradora subsidiária da Vale, sabia dos riscos da barragem, mas colocou os lucros da empresa na frente das vidas das pessoas.

Uma de suas primeiras medidas como presidente da CEDAE foi a demissão de 54 funcionários da Companhia, que em sua maioria eram engenheiros de carreira, com cerca de 40 anos de trabalho na estatal. Essa demissão em massa atingiu os pilares estruturais da empresa, desestabilizando todas as suas atividades.

Em meados do ano passado, foi registrado que o lucro da CEDAE triplicou – alcançando R$ 832 milhões de reais. Mas, ao mesmo tempo, houve uma queda absurda na qualidade de seu serviço, que teve quatro vezes mais reclamações em comparação ao ano anterior. Ficava cada vez mais nítido que a busca por melhores receitas na empresa se tornou proporcional ao seu sucateamento, a fim de forçar a venda da companhia.

Sem rodeios, Witzel deixou bem clara a sua intenção de realizar a privatização da CEDAE em 2020, anunciando esta como uma de suas principais pautas para esse ano. Enquanto o serviço era sucateado, a empresa era oferecida aos empresários.

O resultado desse processo tão logo foi percebido: os mananciais hídricos foram gravemente degradados e a água distribuída foi contaminada. Sem seu corpo técnico completo, a companhia mostrou-se incapaz de solucionar o problema.

No dia 3 de fevereiro desse ano, novamente vemos uma nova crise: uma quantidade enorme de detergente é encontrada no reservatório do Guandu, interrompendo seus serviços. Segundo a presidência da empresa, o produto teria sido arrastado pelas chuvas. A interrupção chegou inclusive a afetar o início do ano letivo no município.

 

Mas como a privatização da CEDAE afeta nossas vidas?

O Brasil é o país que abriga as maiores bacias hidrográficas do mundo. No entanto, a água já demonstra sinais de escassez pelo mundo, sendo eleita como a próxima commodity a ser disputada – muitos apontam que ela terá o papel no século XXI equivalente ao do petróleo no século XX.

A CEDAE hoje atende 64 municípios fluminenses. Apenas a Estação de Tratamento de água do Rio Guandu abastece mais de 9 milhões de pessoas da região metropolitana do estado.

Em meio à crise, Witzel anuncia um novo modelo de concessão: a CEDAE permaneceria gerindo os sistemas hídricos, realizando todo o sistema de captação e tratamento, enquanto as concessionárias ficariam responsáveis apenas pela distribuição e coleta de esgoto.

Ou seja: todo o trabalho técnico, que requer a infraestrutura e os recursos para o tratamento da água continuaria sendo responsabilidade pública, enquanto a venda passaria para a iniciativa privada. Como de costume nas políticas neoliberais, o gasto é público, o lucro é privado.

Caso o serviço de distribuição de água e saneamento sejam privatizados, certamente contaremos com o aumento significativo das contas, aumentando ainda mais o já penoso custo de vida da população fluminense.

Além disso, como ficariam as comunidades que já não são atendidas por esses serviços, realidade vivida por milhares de pessoas? Qual responsabilidade social a iniciativa privada teria com essas pessoas? E o que aconteceria com a parcela da população que não tem condições de pagar por esse serviço?

Witzel chantageia a população fluminense, colocando a privatização como pré-requisito para a despoluição. Ora, a população necessita da despoluição hoje!

A fim de denunciar essa situação e defender o direito à água limpa, moradores do Rio organizaram algumas manifestações na cidade. A próxima está marcada para o 11 de março, quarta feira, às 15h na entrada da Central do Brasil. É fundamental que o povo se manifeste nesse momento crítico.

A água é um direito inalienável, necessário à vida da população. E direito não se negocia, não se vende. É preciso defender os direitos do povo, com luta e organização popular!

Trabalhadores da saúde no Rio seguem em greve contra o sucateamento do serviço público

Texto do Movimento de Organização de Base (MOB-RJ)

Publicado originalmente em 19/12/2019 no site http://reporterpopular.com.br/trabalhadores-da-saude-no-rio-seguem-em-greve-contra-o-sucateamento-do-servico-publico/

saúde

A greve dos trabalhadores da saúde da cidade do Rio de Janeiro caminha para o seu nono dia, incluindo enfermeiros, servidores, médicos da prefeitura que estão sem receber seus salários desde outubro. Além da falta de insumos e materiais para o funcionamento dos serviços dos hospitais municipais, que é uma infeliz realidade já conhecida por aqueles que utilizam o serviço público de saúde.

Os mais afetados com o descaso da prefeitura de Marcelo Crivella são os trabalhadores contratados por OS (Organizações Sociais), uma espécie de terceirização que já domina alguns hospitais da cidade como, por exemplo, o hospital Albert Schweitzer de Realengo. Albert Schweitzer é um dos maiores hospitais públicos da cidade e foi municipalizado no governo anterior justamente para lidar com a crise financeira estadual do Rio de Janeiro e, neste mês de dezembro, o hospital fechou as portas. Grande parte dos trabalhadores do hospital são contratados por OS e estão sem receber há meses e sem insumos para realizar os atendimentos. Desse modo, o hospital não consegue funcionar, deixando a população trabalhadora carioca sem atendimento.

Os trabalhadores da saúde, com o apoio da população que utiliza e necessita dos hospitais públicos, têm puxado atos e mobilizações para chamar atenção para essa situação insustentável que foi criada no Rio de Janeiro. O prefeito Marcelo Crivella se recusa a receber os representantes da categoria e muito menos a resolver a questão dos salários atrasados e da precariedade dos hospitais municipais. Enquanto isso, trabalhadores morrem na espera de atendimento, peregrinando de hospital em hospital, desamparados pelo Estado e os funcionários se desesperam, passam necessidade, sem ter condições de pagar as contas ou mesmo de se alimentar. Afinal, a prefeitura atrasa os salários, mas os boletos do aluguel, da luz, do gás dos trabalhadores nunca atrasam.

Não bastasse essa situação de calamidade geral que a população carioca tem enfrentado nesses últimos meses, na terça-feira (17 de dezembro), a prefeitura anunciou a suspensão dos pagamentos dos servidores municipais, afetando o 13º pagamento da categoria. A absurda justificativa dada pela prefeitura foi que “o cobertor é curto” e, não tendo dinheiro, não teria outra opção senão suspender os pagamentos e os serviços municipais de saúde. As mobilizações prosseguem, assim, pois em hipótese alguma é aceitável que uma categoria de trabalhadores fique meses sem receber por seu trabalho e hospitais públicos fiquem sem funcionar enquanto a população padece sem atendimento. Não há sossego, o sofrimento é cotidiano e o desespero cada vez mais geral.

O projeto que essa prefeitura representa não garante vida e saúde para a população trabalhadora. Ao não oferecer condições para que um serviço público de saúde seja realizado, a prefeitura de Crivella está matando aqueles que não tem condições de recorrer ao serviço privado. Afinal, como alguém que ganha um salário mínimo no Rio de Janeiro teria possibilidade de pagar 1000 reais num tratamento médico e mais uma fortuna em remédios?

A população já sofre com os altos preços dos alugueis, da conta de luz, dos alimentos que não cabem no orçamento do trabalhador que vive com um salário mínimo e, se adoece, não tem amparo. Os direitos aos salários e à saúde pública são conquistas históricas de muita luta dos trabalhadores, mas essas conquistas estão em cheque hoje no Rio de Janeiro. É necessário neste momento reforçar a solidariedade de todas as categorias de trabalhadores com os companheiros servidores municipais e com a população que padece e morre sem atendimento. O governo de Marcelo Crivella não cansa em atacar e precarizar os trabalhadores por meio das terceirizações, dos atrasos de salários, do fechamento hospitais, desamparando completamente a população, diferente do tratamento dado aos seus aliados políticos, para os quais “é só conversar com a Márcia” que qualquer problema se resolve, como declarou o prefeito em reunião junto a pastores evangélicos em julho de 2018. Para nós, não há a quem recorrer senão a nós mesmos, nos restando apenas a solidariedade entre os debaixo e a luta contra os de cima para conquistar e garantir os nossos direitos.

Aumento do preço da carne: a culpa é do Guedes (e do agronegócio)

Texto de Opinião da Secretaria de Comunicação do Movimento de Organização de Base – RJ]

Publicado originalmente em 27/11/2019 no site http://reporterpopular.com.br/aumento-do-preco-da-carne-a-culpa-e-do-guedes-e-do-agronegocio/

carne

O povo foi surpreendido por um repentino aumento no preço da carne. Nas prateleiras do mercado, a carne aumentou 40% em dois meses, segundo dados da Bolsa de Gêneros Alimentícios do Estado do Rio (BGA).

Esse aumento não é “natural”, é resultado de uma política econômica que só beneficia os ricos: a política de Paulo Guedes, ministro da economia de Bolsonaro.

Paulo Guedes afirmou essa semana que não se importa com a alta do dólar. O problema é que a alta do dólar afeta as exportações dos produtos primários (como a carne). Com a alta do dólar, o agronegócio (uma das bases do governo Bolsonaro) , que não tem nenhum interesse em alimentar o povo, prefere exportar a carne para os mercados da China e de outros países do que oferecer ao mercado interno. Com isso, a diminuição na oferta no mercado interno (do nosso país) faz com que o preço da carne suba.

Isto sem falar que, segundo dados do Exame, 70% dos alimentos que chegam à mesa da população brasileira é oriunda da agricultura familiar, ja que os grandes produtores rurais preferem sempre destinar sua produção a commodities de exportação, como a soja e o cacau, o que só beneficia os mercados internacionais e os próprios bolsos já milionários destes latifundiários. Neste cenário, o governo também prefere adotar políticas em benefício aos grandes ruralistas e perseguir movimentos de pequenos agricultores e de sem-terras, que também produzem muito em seus assentamentos. A título de exemplo, o MST é o maior produtor de arroz orgânico da América Latina.

O trabalhador brasileiro já sofre com a política anti-povo de Guedes e Bolsonaro, que aumentaram o preço do gás, dos alimentos e agora da carne. Cada vez mais é necessário uma campanha contra o aumento no custo de vida e por uma vida digna.

[RJ] Manifestação no Complexo do Alemão denuncia assassinato de Ágatha e Genocídio nas favelas

Notícia do Setor de Comunicação do Movimento de Organização de Base (MOB-RJ)

Publicado originalmente em 29/09/2019 no site http://reporterpopular.com.br/manifestacao-no-complexo-do-alemao-denuncia-assassinato-de-agatha-e-genocidio-nas-favelas/

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Nesta sexta-feira, 27, ocorreu uma manifestação no Complexo do Alemão em decorrência dos 7 dias do assassinato de Ágatha Félix, 8 anos, covardemente assassinada durante uma operação da polícia militar. O ato foi puxado por estudantes e professores das escolas dos arredores da região e apoiada pelos moradores do Alemão, com cartazes e falas que denunciavam o genocídio da população negra que vive em favelas decorrente de uma política de segurança pública historicamente racista e classista que se intensificou durante o atual governo de Wilson Witzel.

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A presença permanente da polícia militar nas favelas cariocas é justificada pelas autoridades como necessária para o combate ao tráfico de drogas. Mas, como bem sabemos, o cerne do tráfico de drogas se opera bem longe das favelas, mais especificamente nos bairros nobres, em condomínios fechados, com a participação de policiais, parlamentares, empresários e, principalmente hoje em dia, de milicianos. Nessa dinâmica, a favela representa somente o varejo do tráfico de drogas. Portanto, vemos que esse propósito não passa de uma desculpa para justificar o controle mais rigoroso do Estado nesses espaços em que vivem as camadas mais pobres da classe trabalhadora.

O Estado só entra na favela através da polícia, da bala, da coação. Essa população afetada cada vez mais pelo trabalho precarizado, pelo alto preço dos transportes públicos, pelo aumento do custo de vida, pela deterioração do ensino público no Rio de Janeiro, ao chegar em casa ainda corre risco de vida devido à forte presença policial nas favelas. Ir à escola, ao mercado, andar pela sua vizinhança, voltar para casa, são situações de risco num contexto em que todo e qualquer morador de favela, principalmente se for negro, é visto como alvo pelos olhos da polícia e do Estado.

Ágatha foi mais uma vítima da Polícia Militar. Voltando para casa, foi alvejada com tiros de fuzil pelas costas. Os moradores do Complexo do Alemão presentes no ato reforçaram que esta morte está longe de ser um caso isolado, sendo cotidiano para essas famílias que vivem permanentemente com o luto, a dor, o medo e a sensação de impotência. Muito se sofre, mas a comunidade estava em peso, unida e mobilizada, para clamar por justiça por Ágatha e por tantos outros atingidos pela violência policial; para além, disposta a lutar pelo fim dessa política de morte, pelo fim das UPPs e da Polícia Militar, sinalizando que mais atos como estes vão acontecer pelas favelas dos Rio de Janeiro.

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[RJ – Nota sobre o Leilão do Pré-sal] Contra o entreguismo de Bolsonaro: impactos do leilão de petróleo e a situação do Rio de Janeiro

O governo federal realiza nesta quarta-feira, 6 de novembro, a cessão onerosa referente ao denominado “mega-leilão do pré-sal”. A área a ser leiloada para diversas empresas estrangeiras tem capacidade comprovada de produzir de 6 a 15 bilhões de barris de petróleo, ou seja, se tratam de áreas com imensa capacidade produtiva que, uma vez leiloadas, deixam de oferecer qualquer potencial retorno para a população.

Desde que assumiu seu mandato, Bolsonaro tem feito muita propaganda a cerca da venda dos recursos de petróleo e gas natural brasileiro para países estrangeiros e multinacionais, reforçada em sua última visita a China. Assim como Paulo Guedes, ministro da economia, que deixou bem claro em sua entrevista para o jornal Valor Econômico em setembro deste ano que tem pretensão de privatizar todas as estatais brasileiras, ou seja, não nos resta dúvidas que nossos governantes não têm compromisso com o desenvolvimento nacional e muito menos com as consequências que essas privatizações terá na vida do trabalhador brasileiro. Para completar, assim que assumiu, Bolsonaro subordinou o preço da gasolina e do gás de cozinha ao valor do mercado internacional, fazendo com que milhões de trabalhadores sofram cotidianamente com o aumento do custo de vida.

O processo de desmonte da Petrobras acompanha o processo de neoliberalização da economia brasileira, iniciando-se no governo de FHC em 1997 com a quebra do monopólio estatal sobre o petróleo e a venda de ações da Companhia na bolsa de Nova Iorque. Cabe afirmar que mesmo no governo do PT, leilões como do campo de Libra para a iniciativa privada (governo Dilma) foram realizados sob inúmeros protestos dos movimentos populares. Desde então, a imensa capacidade de produção petrolífera do país tem sido cada vez mais subjugada aos interesses de empresas estrangeiras e o mega-leilão do pré-sal desta semana pretende selar esse acordo de dependência. Como isso nos afeta?

Bom, os estados que estão diretamente envolvidos na extração de petróleo, como o Rio de Janeiro, são afetados de maneira mais explícita tendo em vista que a maior parte da sua economia é oriunda desse setor. Diversas pequenas e médias cidades do estado do Rio de Janeiro dependem da renda oriunda dos royalties do petróleo. A crise vivenciada no Estado do Rio de Janeiro em 2015 foi, em boa medida, decorrente da queda do preço do barril de petróleo, o que, combinado com a austeridade seletiva dos governantes capachos do capital, deixou diversos servidores do Estado em situação de calamidade, com salários atrasados, e também deixou a Universidade Estadual do Rio de Janeiro na iminência de fechar as portas, não fosse a resistência e luta dos alunos e servidores. Eis a importância da produção de petróleo para o Estado do Rio de Janeiro e todos os serviços públicos essenciais das grandes e pequenas cidades.

Uma vez leiloados esses recursos, os lucros dessa atividade não terão o menor compromisso em retornar em investimentos para a melhoria da qualidade de vida da população diretamente envolvida, nos restando, portanto, somente os ônus. Além disso, o preço do barril do petróleo e do gás natural afetam a vida do trabalhador diariamente através do preço do botijão do gás de cozinha e da gasolina que, por sua vez, afeta o preço dos transportes público. Por isso podemos dizer que a pauta em torno da privatização do pré-sal não está nada distante do nosso cotidiano, muito pelo contrário. Esse mega-leilão não nos beneficia em nada e ainda faz parte de uma série de privatizações pretendidas pelo governo federal que só fazem encarecer aquilo que necessitamos para sobreviver. Outro exemplo é o projeto de privatização da CEDAE em tramitação no Rio de Janeiro que afeta não só os funcionários da CEDAE mas todo o Estado do RJ que passará a depender de uma administração privada da água e do saneamento.

O SINDIPETRO-RJ, Sindicato dos Petroleiros, tem se mobilizado com a campanha “O petróleo tem que ser nosso!”, e convocaram um ato contra a entrega do pré-sal na Barra da Tijuca, hoje, às 9h.

Movimento de Organização de Base – RJ

Mais informações na página do sindicato
https://sindipetro.org.br/o-petroleo-tem-que-ser-nosso/

 

[PARANÁ] Portelinha avança rumo à regularização!

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Na última segunda-feira, 1/04, cerca de 60 moradoras e moradores da Comunidade Portelinha – Curitiba estiveram na COHAB Curitiba para uma reunião à respeito da regularização do terreno e realocação das famílias que se encontram em área de risco.

Apesar da Cohab ter escolhido um horário que pouco contempla o povo trabalhador (principalmente aqueles e aquelas que dificilmente podem decidir sobre seu expediente), as famílias há dias se organizavam para estarem presentes e participando ativamente desse momento tão importante e decisivo para a Portelinha.

À pedido da Cohab e mesmo com a exigência por parte dos moradores e moradoras de que todos pudessem participar, a reunião de fato só aconteceu com pequena parte das pessoas presentes.
Dessas presentes, representantes da Portelinha se colocaram contrárias à qualquer projeto que proponha realocar a comunidade para bairros distantes.
São mais de 300 famílias com 12 anos de história de vida naquele território. É por ali que querem permanecer.

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Além disso, foi mais uma vez pedido que fosse marcada uma reunião com o Ministério Público do Paraná – MPPR, para que seja anulada a reintegração de posse que é motivo de grande preocupação pra muitas famílias.
Também foi reiterado o pedido pra que seja mediado um encontro de representantes da Portelinha com representantes da empresa proprietária de parte dos terrenos, que já se encontra em massa falida com débitos inclusive com a Prefeitura de Curitiba, para fim de construir um acordo entre essas partes.

Por fim, a Cohab garantiu que a realocação das famílias situadas nas áreas de risco têm prioridade em seus projetos de habitação e que a comunidade Portelinha tem autonomia para se organizar dentro das possibilidades ofertadas.
Desde já reforçamos que essas possibilidades têm de garantir o bem estar de todas as faixas econômicas presentes ali na comunidade.

Saímos da reunião cientes de que todo o processo e luta ainda continuará.
Mas a certeza de que PORTELINHA UNIDA JAMAIS SERÁ VENCIDA cresce a cada dia!
QUEREMOS MORADIA DIGNA JÁ!

[PARANÁ] Portelinha Unida na Luta por Moradia Digna

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No último dia 25 de março, moradoras e moradores da Comunidade Portelinha – Curitiba estiveram na Rua da Cidadania da Fazendinha – Regional Portão para mais uma vez lutar por seus direitos.

As demandas apresentadas foram:
1. A realocação imediata, para uma área adequada e próxima à comunidade, das 20 famílias que moram em uma área de risco em constante possibilidade de perderem seus lares, num cenário de tragédia anunciada há tempos.
2. Elaboração de um projeto de regularização fundiária, promessa já feita em reunião com o prefeito Rafael Greca de Macedo e com a COHAB Curitiba, esta última com quem a comunidade se reunirá novamente ainda nessa semana.

Para avançar nesse projeto de regularização, também ficou combinado que agentes da prefeitura e COHAB entrarão em contato com a empresa proprietária de maior parte dos terrenos para marcar uma reunião com representantes da comunidade.

Com muita disposição e firmeza, moradoras e moradores protagonizaram mais uma importante mobilização nesses 12 anos de luta da Portelinha.
PORTELINHA UNIDA JAMAIS SERÁ VENCIDA!
MORADIA DIGNA JÁ!

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